segunda-feira, 11 de julho de 2011

Novidades

Oi, pessoal. Desculpem por ter ficado tanto tempo sem atualizar o Blog. Tenho uma boa notícia: a Associação foi finalmente registrada em cartório (em breve, postarei a Certidão). Está em andamento o processo de obtenção do CNPJ. Logo, tudo deverá estar regularizado. Outra coisa: a Associação Pela Vida agora está no facebook. Se você ainda não é um amigo, procure-nos. Abaixo, segue um texto sobre Leucemia Mielóide Aguda.

Tipos de Leucemia
Leucemia Mielóide Aguda
A Leucemia é uma neoplasia que afecta os glóbulos brancos. Normalmente, o número de glóbulos brancos produzidos está em equilíbrio com os que vão morrendo, de tal modo que existem sempre glóbulos brancos em quantidades suficientes no organismo como defesa contra infecções.
Todas as formas de neoplasias partilham a mesma característica – uma alteração no controlo normal da divisão, crescimento e diferenciação celular, que conduz na grande maioria dos casos a transformações malignas.

O risco de desenvolver a maioria de tipos de cancro pode ser reduzido com mudanças no hábito de vida, por exemplo, deixar de fumar e ter cuidado com a alimentação. As manifestações clínicas são muito diversas já que pode aparecer em cada órgão ou tecido do organismo: existem mais de 70 tipos de cancro. Hoje em dia milhões de pessoas são sobreviventes ou ainda vivem com alguma forma de cancro. Quanto mais cedo se faz o diagnóstico e se inicia o tratamento, maiores as hipóteses de sobrevivência e de cura.


Tipos de Leucemia
As leucemias estão divididas em 4 grupos conforme são classificadas em crónicas ou agudas, mielóides ou linfocíticas segundo a sua evolução clínica. E são ainda subdivididas em relação ao tipo de células que prolifera, de forma a tornar-se mais fácil estabelecer prognósticos e o tratamento mais adequado a cada paciente.

LMA – Leucemia Mielóide Aguda
LMC – Leucemia Mielóide Crónica

LLA - Leucemia Linfocítica Aguda
LLC - Leucemia Linfocítica Crónica

As leucemias agudas são doenças malignas primárias dos órgãos hematopoiéticos, caracterizadas por uma predominância de percursores linfóides ou mielóides imaturos (blastos). Os blastos substituem progressivamente a medula óssea normal, migram e invadem outros tecidos. O resultado desta superprodução é a disseminação através do organismo de glóbulos brancos anormais em elevado número, interferindo com as funções vitais do corpo.
Nos casos de leucemia aguda, há simultaneamente uma diminuição da produção normal de eritrócitos, granulócitos e plaquetas, o que conduz a complicações como a anemia, infecção e hemorragia.
A base molecular da transformação leucémica no homem é desconhecida. O defeito fundamental na leucemia aguda parece ser a proliferação desregulada das células percursoras iniciais que perdem a sua capacidade de se diferenciar em resposta a sinais hormonais normais e interacções celulares.
Uma transformação leucémica pode originar-se em qualquer ponto durante a diferenciação das células estaminais. Tanto a LMA como a LLA são de origem unicelular (clonal).
As leucemias agudas são extraordinariamente heterogenias e são caracterizadas por múltiplos métodos que incluem morfologia, histoquímica, marcadores de superfície celular e citoplasmáticos, alterações citoquímicas e genéticas moleculares.

A Leucemia Mielóide Aguda - LMA é um tipo de leucemia que começa nas células que se deveriam transformar normalmente em glóbulos brancos, mas que acabam por formar outros tipos de células. Estas células imaturas, também chamadas blastos, continuam a reproduzir-se e a acumular-se. A designação de “aguda” refere-se à rapidez com que se desenvolve este tipo de leucemia.

Quando o tipo de células da medula óssea que foi afectada se trata de granulócitos ou monócitos a leucemia é classificada de mielóide (também chamada de leucemia mielogénica ou mielocítica).
A LMA começa na medula óssea mas na maioria dos casos, passa rapidamente para o sangue periférico, podendo espalhar-se para outras partes do corpo, incluindo os nódulos linfáticos, fígado, baço, sistema nervoso central.

A LMA é a leucemia aguda mais comum e mais de 90% ocorre em adultos. É uma doença rara antes dos 40 anos de idade, sendo a média de incidência nos 65 anos e também mais frequente nos homens.
Este tipo de leucemia pode manter-se em remissão durante muito tempo ou mesmo ser curada em alguns adultos, dependendo de algumas características das células. Alguns subtipos de leucemia aguda respondem bem aos tratamentos e muitos pacientes ficam curados, mas existem outros subtipos com um prognóstico menos favorável.

Actualmente não existe nenhum rastreio específico para detecção de LMA. A melhor forma de diagnóstico rápido é uma consulta com o seu médico de família no caso de aparecimento dos sintomas típicos desta doença para exame clínico.

Os principais sintomas associados a este tipo de leucemia são vários e podem incluir perda de peso e febre.
Uma contagem baixa de glóbulos brancos – leucopenia, e de granulócitos maduros – neutropénia ou granulocitopenia, aumenta o risco de infecções (especialmente da boca e da garganta).
Uma contagem baixa de glóbulos vermelhos – anemia, causa palidez, cansaço, falta de ar e palpitações cardíacas.
Uma contagem baixa de plaquetas – trombocitopenia, provoca maior tendência para equimoses e hemorragias, úlceras do lábio e da boca.
Alguns doentes sofrem de dores nos ossos e articulações. A LMA pode também causar o aumento do fígado e baço, dois órgãos localizados respectivamente do lado esquerdo e lado direito do abdómen. Este facto pode ser notado por um inchaço ou aumento da barriga e conseguem ser detectados por apalpação.
A doença ocorre muitas vezes subitamente, com agravamento progressivo dos sintomas por um período de uma ou duas semanas; com menor frequência, estes sintomas vão aparecendo gradualmente durante dois ou três meses. Eventualmente, os idosos apresentam uma leucemia «arrastada», com início muito gradual da doença. 

Quais os riscos de contrair uma LMA?
Embora não tenha sido ainda identificada a causa que conduz ao desenvolvimento da leucemia aguda, na maioria dos doentes, já se descobriram algumas relações de predisposição.
Os factores de risco são todos os que podem aumentar as hipóteses de se contrair uma doença e estão normalmente relacionados com o estilo de vida, ambiente ou causas genéticas (hereditárias). Os factores de risco normalmente associados ao cancro são o tabaco e a exposição ao sol, no entanto, no caso leucemia mielóide aguda, o único factor de risco provado é o tabaco. Embora as células afectadas não estejam em contacto directo com o fumo, as substâncias cancerígenas absorvidas pelos pulmões são posteriormente espalhadas pela corrente sanguínea para várias partes do corpo. Os cientistas calculam que cerca de 1/5 dos casos de LMA são causados pelo tabaco.

Os riscos ambientais são influências do meio tais como radiações, produtos químicos e infecções. Por exemplo, A exposição crónica a produtos químicos, como o benzeno, fármacos que provocam anemia aplástica e radiações, têm sido associados a uma maior incidência da doença.
 Casos de hereditariedade comprovada de LMA são muito raros, embora alguns síndromes de base genética, como por exemplo, a síndrome de Dawn, a neurofibromatose de Recklinghausen e a anemia de Fanconi,, parecem aumentar a probabilidade de desenvolver a leucemia aguda.
A LMA é mais comum em homens do que em mulheres embora as causas para este facto não sejam claras.

Embora algumas pessoas que contraíram a doença tenham um ou dois factores de risco na sua história, muitas não o têm – a causa permanece desconhecida. E também não é absolutamente certo que as causas sejam aquelas mencionadas. Por outro lado, muitas pessoas com uma história bastante provável nunca desenvolvem a doença.

Durante os últimos anos muito se tem descoberto sobre as alterações de ADN que provocam a transformação das células normais da medula óssea em células leucémicas.
O ADN é uma substância química que transporta as instruções para quase todas as funções das nossas células. Alguns genes (partes do ADN) contém as instruções que controlam o crescimento e a divisão das células. Os genes que controlam a divisão das células são chamados os oncogenes. Outros genes que reduzem a divisão das células ou provocam a sua morte na devida altura são chamados os genes supressores de tumor. Alguns tipos de cancro podem ser causados pela mutação de ADN que activa os oncogenes ou desactiva os genes supressores de tumor.
Cada vez que uma célula se prepara para a divisão em duas novas células, deve multiplicar o seu ADN – por vezes acontecem erros durante este processo que podem, no entanto, ser corrigidos por enzimas especiais. Quando as células se dividem muito rapidamente, as enzimas podem não ter “tempo” de corrigir esses erros.
As translocações são o tipo de erro mais frequentemente associado às LMA e significam que parte de um cromossoma se juntou com outro cromossoma, fazendo com que seja inibida a faculdade de amadurecimento de algumas células.

Outras modificações de cromossoma, como a delecção, (quando um cromossoma perde uma parte) ou inversão (a reorganização de ADN dentro de um cromossoma), também podem provocar o desenvolvimento de LMA.
A maioria das mutações de ADN ocorrem durante a vida e não são herdadas, no entanto também pode acontecer, sendo que é raro. Na verdade, as mutações ocorrem muitas vezes sem razão aparente.

Quando a leucemia está no início, o seu diagnóstico é difícil, uma vez que os sintomas desta doença são semelhantes aos de outras doenças. Entre os principais sintomas temos o cansaço, a falta de apetite e possível febre intermitente.
À medida que a doença avança, as células imaturas proliferam e invadem o espaço que antes era ocupado por células normais. Surge a dor nos ossos, como resultado da multiplicação das células leucémicas no sistema ósseo. 
A redução da quantidade de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas é responsável por outras manifestações clínicas que acompanham a leucemia, entre as quais, perdas de sangue por hemorragia, situação que conduz à anemia (palidez,        cansaço e pouca tolerância ao exercício).
As plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue, também são afectadas, pela proliferação das células imaturas. A sua diminuição pode provocar pequenas manchas na pele e hematomas, hemorragias do nariz, boca e recto.
A suspeita de diagnóstico é reforçada pelo exame físico, que pode alertar para a possibilidade da doença quando o doente apresenta palidez, febre e presença de pequenas manchas avermelhadas. O hemograma pode revelar anemia e uma contagem leucocitária deficitária.
O Mielograma é um exame de grande importância para o diagnóstico e para a avaliação da resposta ao tratamento indicando a presença ou não de células leucémicas na medula. Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno. Durante o tratamento pode ser necessário fazer-se vários mielogramas.

Como o tratamento da leucemia melhorou consideravelmente nos últimos 20 anos, a pesquisa tem-se centrado nos porquês de uma melhor ou pior reacção consoante os pacientes. Esta observação ajuda os médicos na decisão de qual o tratamento a seguir. Estes factores de prognóstico incluem a idade, contagem de células sanguíneas e resultados citogenéticos. Outras características são o facto de haver condições chamadas pré-leucémicas (Síndromes Mielodisplásicos), ou alguma forma anterior de cancro tratada com quimioterapia e radioterapia.
 O tratamento principal da LMA, consiste pois na aplicação de quimioterapia, às vezes seguida de transplante da medula óssea. Neste caso, a medula óssea do paciente é substituída pela medula óssea sã de outra pessoa (dador) cujo tecido seja histo-compatível. Em certos casos poder-se-á completar este tratamento com radioterapia.
 A quimioterapia consiste no uso de medicamentos para eliminar as células cancerosas. A quimioterapia pode tomar-se de forma oral, ou pode administrar-se no corpo por injecção intravenosa, ou músculo. Considera-se um tratamento sistémico uma vez que o medicamento se introduz na corrente sanguínea de forma a eliminar células cancerosas por todo o corpo. 
A quimioterapia é feita em várias fases. A primeira, chamada indução, tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia (associação de várias drogas citotóxicas), uma vez que o principal objectivo consiste na destruição da maior quantidade possível de células leucémicas. Esse resultado é conseguido quando os exames os exames de medula óssea e sangue não evidenciam mais células da doença. Depois da remissão completa, é necessária uma pós-indução que elimina células não detectáveis pelos métodos disponíveis.
Nas fases seguintes, o tratamento também varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides.
São três as etapas nesta fase do tratamento: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Com o fim de manter a remissão e curar o paciente, deverá continuar-se a medicação durante três anos ininterruptos, a partir do momento em que se inicia o controle das células da medula óssea. Durante as diferentes etapas da quimioterapia, é necessária a realização de exames de sangue e da medula óssea, de forma a se conhecer a evolução da doença e ajustar as doses dos medicamentos.

A radioterapia utiliza radiação de alta energia para matar células cancerosas. Feixes exteriores de radiação, emitidos por uma máquina, são direccionados para o local a tratar. No caso das leucemias, a radioterapia é normalmente utilizada antes de um transplante de medula ou transplante de células estaminais na corrente sanguínea.
A terapia biológica, é uma outra forma de tratamento para a LMA, em que se pretende estimular ou restaurar a capacidade do sistema imunológico do paciente para combater o cancro. Nesta terapia usam-se substâncias produzidas pelo próprio corpo do paciente ou que são criadas em laboratório para reforçar, dirigir ou restaurar as defesas naturais do corpo contra a doença. A terapia biológica denomina-se por vezes de terapia modificadora da resposta biológica ou imunoterapia.
 Anticorpos monoclonais. Estas proteínas são fabricadas em laboratório e são desenhadas para se ligarem a moléculas específicas na superfície das células leucémicas. Alguns anticorpos monoclonais têm químicos radioactivos ou veneno de células de maneira a que, quando são injectados no doente, ligam-se às células leucémicas e matam-nas.

Durante o tratamento é normal que tenha de tomar alguns cuidados extraordinários devido ao risco aumentado de contrair infecções (quando a contagem de glóbulos broncos é muito baixa). Durante estas Alturas deve lavar as mãos com frequência, evitar alimentos frescos e crus pelo perigo de conterem germes, evitar flores frescas e plantas pela presença de fungos, evitar concentração de pessoas e locais mal ventilados

A administração de antibióticos e outras drogas é frequente nestes doentes de forma a prevenir infecções virais e de fungos ou pneumonias.
Quando as plaquetas estão em baixa contagem é normal ser necessária uma transfusão para proteger contra as hemorragias. Também, a falta de ar e palpitações causadas pela deficiente contagem de glóbulos vermelhos pode ser tratada com transfusões de sangue.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem das drogas administradas e da duração do tratamento e incluem normalmente, a queda de cabelo, aftas, fraca resistência às infecções, aparecimento de nódoas negras e hemorragias, perda de apetite, náusea e vómito. Estes efeitos são normalmente temporários e passam quando o tratamento acaba. No entanto devem sempre ser referidos ao médico porque podem ser atenuados através de outros medicamentos para o efeito.

 
Estado da doença depois do tratamento.
A LMA nos adultos é classificada como estando em remissão – sem evidência da doença: com menos de 5% de blastos na medula óssea; ou como activa – quando o paciente acabou de ser diagnosticado ou teve uma recaída.
Doença residual mínima é um termo usado quando existe uma evidência química (molecular ou citogenética) da existência de células leucémicas na medula óssea, não havendo no entanto uma quantidade suficiente para serem detectadas por exame microscópico de rotina.
O que acontece depois do tratamento?
São necessários exames de rotina frequentes durante vários anos após o tratamento ter acabado. O seu médico continuará à procura de eventual reincidência da doença ou para observação de efeitos secundários a curto ou a longo prazo. É importante informar sempre o médico de quaisquer novos sintomas para poderem ser tratados.
Os check-ups incluem exames físicos rigorosos, raios-X e análises clínicas. No caso da LMA não é usual uma recaída se não houver sinais da doença 5 anos depois do tratamento. Uma recaída só é possível pouco tempo depois de se ter acabado o tratamento. Um dos benefícios do acompanhamento após a cura porque dá-lhe a oportunidade de trocar ideias sobre possíveis preocupações que possa aparecer.

O que deve perguntar ao seu médico sobre a LMA?
É importante desenvolver uma comunicação franca aberta com o seu médico sobre o seu problema; e também com toda a equipa que o acompanhará e ajudará a lidar com a sua doença. Lembramos algumas perguntas que poderão….
            - Que tipo de leucemia mielóide aguda tenho?
            - Existem alguns factores específicos que possam afectar o meu prognóstico?
            - Quais as escolhas que posso fazer em relação aos tratamentos?
            - Qual o tratamento que o Sr. Doutor recomenda e porquê?
            - Vou ter de fazer quimioterapia? Quais os efeitos secundários do tratamento?
            - O que posso eu fazer para reduzir os efeitos de quimioterapia?
            - Poderá ser aconselhável fazer um transplante de medula? Quando?
            - Existe a hipótese de reincidência, uma vez em remissão?
Para além destas perguntas, é aconselhável escrever todas as dúvidas que vão ocorrendo e fazer as perguntas quando for conveniente. Todas as perguntas são válidas e merecedoras de uma resposta, no entanto, quanto mais oportuno o momento de as fazer e a clareza com que forem feitas, melhor a hipótese de obter uma resposta satisfatória.
Levar uma segunda pessoa para as consultas pode ser benéfico em vários aspectos.
Recolher e guardar todo o tipo de informação, resultados das análises e exames efectuados, relatórios de radiografias pode ser útil no caso de procurar uma segunda opinião.

Fonte: Associação Portuguesa Contra a Leucemia
           http://www.apcl.pt/

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